Ainda sem polimento e prumo,
Vai o candidato hesitante
Com passos afoitos sem rumo,
Viver seu momento marcante.
Embora com medo e receio,
Mas de coração e peito aberto
Imagina que está correto e veio
Ao lugar que sempre achou certo.
Confia cegamente no seu guia,
Sente o doce mel e o travo do amargor,
Como deseja a luz quem diria,
Quem se achava da verdade o senhor.
Mostra saber o que é o vício,
E diz ser da virtude o oposto,
Repensa o que pensava de início,
E caminha mais firme com gosto.
Assim é cantado em prosa e verso,
Contra a perfídia e erro quem luta,
Reverencia o Grande Arquiteto do Universo,
O eterno lidador da pedra bruta.
Quantas provas, quantos percalços,
Quantos ensinamentos, quantas juras,
Quantos alertas sobre cadafalsos,
Quantos dizeres sobre mãos impuras.
Quantos falares sobre ondas,
No fluxo e refluxo do mar,
Como verdadeiras sondas,
Para o sigilo exaltar.
Enfim, é chegada a hora
Que o então cidadão errante
Escuta o bater marcante
Do malho firme e forte.
Devolva-lhe escuta atento
O que por momento lhe foi tirado,
E ordena a quem o conduz,
Com toda ênfase, faça-se a luz.