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Assisti uma propaganda do governo Lula que joga com a arminha do Bolsonaro, transformando-a no L do Lula e dizendo que o Brasil voltou a melhorar.

É um tiro no pé, pois de tabela é uma propaganda pró-Bolsonaro: a linguagem inteira da propaganda equipara as duas figuras (arminha-fazer o L; Bolsonaro - Lula). O PT, ao igualar Bolsonaro a Lula, aumenta o status de Bolsonaro, faz o povo entender que haveria uma simetria onde nunca houve, mostra como se fossem duas opções opostas e antagônicas.

Além disso, o próprio PT põe em condição passiva, reativa e não ativa. O "L" é uma reação, vem em segundo lugar, contra a arminha que é a referência. Isso é perfeito para o , que pode investir na arminha sem sequer mencionar o L (pois afinal, já tem uma série de símbolos para Lula: Luladrão, Lularápio etc.)

Quem é pro-Bolsonaro não será convencido. Quem é anti-Lula também. E quem é indeciso será reforçado a pensar que seria uma espécie de opção (o que é falso, pois Bolso sequer figura no campo democrático).

O que a propaganda deveria fazer? Ela poderia manter toda a linguagem de que o Brasil melhorou, mas sem usar os símbolos que remetem ao Cramunhão. "Fazer o L" teria valor inerente, ativo e não reativo.

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