Cada dia produtivo que tenho como hoje, 10~12 horas de puro aprendizado, diversão, fraternidade... vejo o quão bosta é perder tempo e se descontrolar com coisa fútil. Absorvi a pancada só agora de ter gastado o sábado inutilmente com um assunto besta, causado pela minha capacidade de emprenhar pelos ouvidos. 11 da noite já tenho que dormir e as ideias brotando... quem dera poder ir até 5 da manhã...
Pinchas trespassa Zimri e Cozbi — camada por camada, conforme os níveis tradicionais de interpretação da Torah:
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P - Peshat (Simples/Literal):
> Pinchas, ao ver um líder de Israel cometendo um ato proibido com uma mulher midianita, age imediatamente para deter a profanação pública do acampamento.
Ele entra na tenda com uma lança e mata ambos — no próprio ato.
Isso cessa a praga que já havia matado 24 mil israelitas.
Esse é o fato narrado no texto, em Bamidbar (Números) 25:6–9.
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R - Remez (Alusão/Sugestão):
A lança (רֹמַח) que atravessa os dois sugere unidade em pecado — homem e mulher, Israel e Midian, carne e idolatria.
O fato de serem "traspassados juntos" aponta para um tipo de Yichud sheker (união falsa), contraposto ao Yichud kadosh (união sagrada).
Zimri, da tribo de Shimon, cujo nome deriva de "ouvir" (שמע), não ouviu a verdade.
O nome Cozbi (כָּזְבִּי) significa "mentirosa" — ou seja, a mentira seduz a liderança.
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D - Derash (Explicação/Midrash):
> O Talmud (Sanhedrin 82a) diz:
“Pinchas viu o ato, lembrou-se da halachá (‘quem tiver relações públicas com uma gentílica pode ser morto por um zelote’) e agiu.”
Mas ele arrisca tudo. Se a comunidade não reconhecesse sua motivação como pura, seria culpado de assassinato.
O Midrash diz que os anjos tentaram impedi-lo, mas D’us o sustentou.
Seu ato foi comparado a Aharon sustentando o incensário durante a praga anterior — ambos interrompem o decreto.
> A “tenda” onde o ato acontece representa também o Mishkan profanado — Pinchas, descendente de Aharon, faz um Tikun.
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S - Sod (Secreto/Kabbalah):
> Zimri e Cozbi representam dois poderes místicos negativos:
Zimri = Kelipah de liderança corrompida.
Cozbi = Kelipah da sedução idólatra.
A lança (רֹמַח = 248 em gematria) alude aos 248 membros do corpo humano (cf. Sefer Yetzirah), ou seja, todo o ser de Pinchas foi canal da justiça divina.
248 também é o valor de "Avraham" (אַבְרָהָם), que representa bondade canalizada com força justa — Chessed beGevurah.
Pinchas realiza um Tikun que unifica os mundos superiores e inferiores — ato físico que ecoa espiritualmente.
> Zohar (Pinchas) diz que Pinchas mergulhou na Sefirá de Guevurá, mas com pureza tão profunda que mereceu a Sefirá de Yesod em paz.
A Arca de Noach como Modelo de Realidade Espiritual — Três Andares, Três Mundos
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Fontes: Zohar (Parashat Noach), Talmud Sanhedrin 108b, Midrash Tanchuma, Sefer HaBahir, Rav Chaim de Volozhin.
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1. A Arca não era só um barco — era uma metáfora mística da Criação
> "Faze para ti uma arca de madeira de gôfer, com compartimentos a farás; e a betumarás por dentro e por fora com betume."
(Bereshit / Gênesis 6:14)
O Midrash e o Zohar explicam:
A Arca de Noach (Teivá) era uma miniatura do universo.
Foi construída com três andares — cada um representando uma dimensão da existência.
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2. Os Três Andares da Arca = Os Três Mundos da Criação
Andar da Arca Significado Místico Nível de Realidade Simbolismo Espiritual
Andar Superior da Arca: A luz celestial, o nível das aves - Mundo de Yetzirá (formação) -Inspiração, alma, ideias, profecia
Andar do Meio da Arca: Lugar de Noach, sua família, animais - Mundo de Asiyá (ação), O mundo físico, moral, humano
O Andar Inferior da Arca: O lixo, os excrementos - Mundo de Qlipá (casca) - Instintos, caos, purificação interior
> Rav Chaim de Volozhin explica que o mundo inteiro se sustenta por essa hierarquia:
Espírito → Moralidade → Purificação.
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3. Lição Espiritual para um Ben Noach
Você, vivendo (fora do povo judeu), está na verdade tentando reconstruí-la por dentro.
Quando você estuda: está vivendo no andar de cima, recebendo luz.
Quando você age com justiça: está vivendo no andar do meio, sustentando o mundo real.
Quando você luta contra a confusão, tristeza, raiva ou desespero: está transformando o andar de baixo, elevando o mais denso em sagrado.
A Arca é o teu interior.
Cada ato teu reorganiza os andares do teu ser.
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4. O Arco-Íris: Sinal para os Justos das Gerações Futuras
Depois do dilúvio, HaShem colocou o arco-íris como sinal não apenas de paz, mas de aliança com os justos entre as nações.
> “Este é o sinal da aliança que faço entre Mim e vós, e toda alma vivente.”
(Bereshit 9:12)
O Zohar diz que o arco-íris só se manifesta quando não há tzadikim revelados no mundo.
Ou seja: quando você, mesmo não judeu, age com retidão, você se torna o arco-íris vivo: sinal de que ainda há mérito, ainda há esperança.
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Conclusão:
> A Arca não é uma história infantil.
É um mapa espiritual codificado.
É o modelo da tua alma.
E tua missão como Ben Noach é entrar nela por dentro — e sobreviver ao dilúvio de confusão que cobre o mundo.
O Segredo da Tribo de Dan — A Alma do Exílio e o Guerreiro das Fronteiras
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Fonte: Midrash, Sefer Yehoshua, Zohar, Sifre Devarim, e comentários de Rashi, Ramban, Rav Hirsch.
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1. A Tribo de Dan foi colocada no extremo oeste — no limite do território de Israel.
"E saiu a sorte da tribo de Dan... mas não acharam suficiente espaço, então subiram e tomaram Leshem, e habitaram nela..." (Josué 19:40-48)
Dan não ficou satisfeito com sua porção e foi além das fronteiras, guerreando por um espaço legítimo.
Lição espiritual:
Dan é a alma que não se acomoda, que sente que há algo mais, que luta mesmo fora do centro, e que reivindica seu lugar.
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2. O Midrash compara Dan a um "filho que se perdeu, mas retorna com coragem".
Dan representa aquele que vive distante do Mishkan (Templo), mas mesmo assim protege Israel das bordas.
Em Bamidbar 10:25, Dan é chamado de “ma’asef lechol hamachanot” – "o que reúne todos os que se dispersam do acampamento".
Lição espiritual:
O verdadeiro guerreiro de HaShem às vezes não está no centro da comunidade, mas na linha de frente, resgatando os dispersos, vigiando as fronteiras da fé.
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3. Dan é associado ao julgamento e à retidão — o Noético Guerreiro Justo.
O nome "Dan" vem de "din" — julgamento.
Segundo o Zohar, a alma de Dan luta contra o caos e a idolatria nas extremidades da Terra.
Lição espiritual:
Como Ben Noach justo, sem sinagoga, sem irmãos de fé, você está espiritualmente atuando como a Tribo de Dan: guardião das margens, guerreiro silencioso que preserva a luz onde há escuridão.
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O ensinamento final:
Nem todo filho de Israel nasceu em Israel.
E nem todo guerreiro de HaShem carrega tzitzit nos cantos da roupa — mas carrega fidelidade nos cantos da alma.
10 horas da noite e o ChatGPT dando ideia de migrar uma top bar de mewtwo do Arch para o Opensuse, minha criança interior quer tentar destruir nossa distro que está estável há 2 anos... (Confesso que destruí vários sistemas GNU/Linux tentando criar firulas inúteis. Foram mais de 1000 horas nisso. Me orgulho dessa inutilidade).
Fui recrutado para ser Tradutor Voluntário no Skill Legend Royale da Steam (Curioso, entreguei a tradução do rabino, hoje fiz o site do meu mano com o André e agora essa notícia maravilhosa, esse é meu segundo trabalho como tradutor.
(Trabalhei mais como tradutor do que T.I na vida amo as duas profissões igualmente, ambas só perdem pro meu desejo de falar sobre Torah )
בני נח Programador (Autodidata) - Inglês certificado pelo TOELF ITP. Autista - sem laudo por ser um liso.