É assustador ver como as pessoas vivem em bolhas e assumem as bolhas como suas "verdades", recusando quem possa pensar e viver outras coisas.
Não faz muito tempo, as pessoas eram criadas e formadas por certas referências nucleares, mas havia a possibilidade de transitarem em diversos universos. Conheço inúmeras pessoas que foram do cristianismo ao Daime, ao Metal e ao budismo, formando-se como pessoas absolutamente humanas e tolerantes não importando a referência que carreguem.
Mas hoje parece que é preciso sempre bater em alguém ou, quando não, assumir uma espécie de idiotismo auto-centrado (pois "idiota" vem do grego Idios, que significa o privado, próprio, particular, aquele que impõe as próprias posições sobre os outros).
Daí às redes sociais, é um pulo: as pessoas só sabem "curtir" quem faz parte da bolha e "cancelar" quem não faz.
E daí para a doença mental é outro pulo, pois ninguém é curtido para sempre. Em suas bolhas, as pessoas criam imagens sobre si próprias e sobre os outros. Mas basta escolher qualquer teoria psicológica para constatar que imagens não duram e uma imagem só serve para ser quebrada.
Pois afinal, somos apenas seres humanos.