Uma das coisas que mais chamam a atenção no sul do Brasil é sua falta de personalidade e seu modo de viver totalmente (segundo eles) "diferenciado". Eles realmente se acham diferentes do resto do Brasil.
É chegar numa cidade e ver os *slogans* dos governos, começando pelo universal "aqui se trabalha" (adivinhe onde é que "não se trabalha"?)
Aí você passa por aquele mundaréu de gente com camisetas de *heavy metal*, proporção quase igual à de roupas de banho nas ruas de Copacabana. Não é pegadinha do Silvio Santos: a proporção de gente assim convida a vestir-se de branco (até porque o sul está acabando com suas matas e o calor está insuportável).
Você anda de carro e só toca Rock. Quando não, é aquele sertanejo universitário que toca às 4 da manhã quando alguém pendurado na latrina lembra que tem ouvidos.
O rock daria muitas histórias à parte, pois afinal, o rock é gringo. As cenas são hilárias quando os gringos comentam "nossa, aqui só se escuta músicas de décadas atrás".
Mas isso ainda não fere o orgulho do sulista, quer ele seja um catarinense se achando "nórdico" ou qualquer outro da "melhor capital", da "educação da Finlândia" ou de alguma Nova-[cidade européia]. Nem causa espanto (poderia até render muita coisa interessante) quando o gringo nota que alguns ritmos daqui sequer existem mais lá.
Talvez seria pior ao ver qualquer gringo de país liberal falando coisas - como seguridade social, saúde e suporte ao desemprego - que por aqui seriam chamadas de comunistas.
Mas o sulista não se importa. Até pareceria que não é brasileiro, embora não se saiba bem o que seja. Afinal, ele também lota as filas para tirar o passaporte.
Dentro de tanta bola fora, há uma que parece afetar o sulista mais nitidamente. Mas isso ocorre bem rápido. Trata-se daquelas ocasiões em que ele enche o peito para falar de sua descendência européia, mas o gringo antecipa ou constata dizendo "ah, entendi, **você é latino**".
O sorriso amarela, a espinha congela, mas é só por um momento. E segue o sulista com suas fantasias européias.