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A imprensa do sul gosta de fazer reportagens sobre o que o povo "acha" das ondas de calor.

É como se o ponto em questão é se as pessoas gostam ou não, e não o fato de que, em pleno outono-inverno, hoje faz clima de verão e amanhã o RS anunda inteiro.

Há 15 anos eu estava me organizando para sair do Brasil. Alguns amigos, há anos fora, tentavam voltar. Enxergavam que sob os governos do PT o Brasil estava numa onda de melhorias sistemáticas, e isso era verdade em muitos sentidos.

De minha parte, sempre sofri das piores formas com os jeitinhos, relações de cupinchagem, corruptelas diárias e afins. E pensava que ao menos, se pulasse para fora daqui, veria menos disso (sem importar as relações mais "duras" que sempre se diz haver lá fora). E eu havia sofrido algumas injustiças que dilaceraram meu coração.

Meus amigos voltaram de fato ao Brasil. Quanto a mim, fuia ao RJ... sem saber de outras injustiças que estariam por vir.

O âncora do Jornal da Band consegue na mesma edição criticar os salários dos professores universitários e dizer que o Brasil precisa investir em educação

Ninguém leva a sério o fato de que as pessoas estão trabalhando de 10-12h diárias para somar alguma renda e as inteligências artificiais estão batendo à porta.

Há alguns anos "saí" da psicologia e fui para a filosofia porque não aguentava mais ver relações pessoais se sobrepondo ao rigor e dedicação acadêmica. Na filosofia encontrei certo ar puro. Mas não deixo de me surpreender que essa coisa das vantagens baseadas em relações pessoais parece existir em todas as áreas.

Quando assisto algum jornal brasileiro me pergunto quando foi a virada: quando foi que os jornalistas brasileiros se tornaram publicitários de m3rda de certos políticos

Dejours é fácil e chato, e é de se perguntar sempre sobre o quanto a facilidade rebuscada em idéias bonitas serve ao patrão

"Empreendedorismo e trabalho são as novas religiões" (Vladimir Safatle)

Alguém bem poderia escrever "O Fanatismo Neopentecostal e a Carne do Capitalismo"

youtu.be/eAWbwMV9LmM?si=mo9w79

O povo das Humanas deveria ser o mais ciente sobre as questões das redes sociais e Big Techs. Mas é o povo mais negligente, ou colaborador, disso.

O povo das ciências naturais parece muito mais ciente sobre código aberto, software livre e redes sociais não noccivas à democracia. Um exemplo sempre maravilhoso é o ArXiv.

Nas Humanas, dá-lhe professor querendo parecer influencer. E dá-lhe oportunista explorando os atalhos das redes sociais para atalhar vantagens. Pois afinal, o povo das Humanas também não entende muita coisa.

Ou, quem sabe, certas relações personalistas sobre a percepção da importância de um pesquisador, que não passam pela competência de seus textos, também são bem emuladas pelos likes e follows. 🤔

Marcio LM boosted

"It’s become increasingly clear that #socialmedia platforms aren’t particularly habitable environments for #news. In some cases, that shift away from news has been distinct and explicit —Facebook and Instagram’s algorithms, or Musk’s hostility to the news media on Twitter.
#YouTube is one of the most significant platforms for news consumption globally [but]…pathways tend to lead people away from news."

niemanlab.org/2024/06/how-yout

Navegando às vezes a gente se reencontra: meus artigos em A Terra é Redonda

aterraeredonda.com.br/tag/marc

Estamos na era das neurociências e é sempre curioso o argumento de que não somos livres porque há mecanismos neurológicos que não podemos controlar.

É um juízo que já se autocontradiz no próprio enunciado. Se somos seres neurobiológicos, não há qualquer ação que não derive de mecanismos neurobiológicos, e logo, no limite, não haveria distinção entre o que podemos controlar ou não, tendo visto que no limite tudo é controlado. Mas o neurobiólogo adora cair em juízos irrefletidos, regressões ao infinito e tautologias.

Saudades de como o debate era mais inteligente por ex com behavioristas como Skinner.

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