# Psicologia: Saúde e Narrativas (livro)

Luciana Oliveira dos Santos e Fabia Monica Souza dos Santos (orgs.)

> Este livro é fruto de um processo de trocas iniciado em 2022 em uma atividade de ensino no curso de Psicologia da Universidade Federal de Jataí (UFJ) sobre a temática do cuidado no contexto da Educação em Saúde, em especial sobre Saúde Mental na Universidade. O bate-papo no final de uma aula levou a outras conversas, que se desdobraram em novos encontros e parcerias, agregando outros interlocutores, que geraram um evento de extensão e, dois anos depois, esse produto editorial. A proposta de construção deste livro, “Psicologia: Saúde & Narrativas”, que agora apresentamos a você, querido/a leitor/a, é um fruto derivado diretamente do evento de extensão “Espaços de Cuidado com a Vida no Ambiente Acadêmico”, em setembro de 2022.
> Os textos aqui presentes, antes de serem escritos, foram falados e debatidos, negociados e costurados. Foram, no sentido mais amplo, cuidados. Sem esse contato vivo não teríamos a disposição para a escrita. Assim, conseguimos reunir sete capítulos, que se entrelaçam na empreitada de contar diferentes ocupações, negociações e jornadas, nas quais há um grande e complexo território: a universidade.
> Nesta obra, embora com ênfases diferentes, percebemos o dar e receber/retribuir/agradecer, vinculando-se às narrativas de vida, e/ou relatos de experiência, na medida em que é possível fazer circular a palavra (em sala de aula, na sala de professores, nos espaços de supervisão, nos corredores da universidade, nos campos de estágio e onde conseguirmos estar), por meio do compartilhamento das experiências vividas, produzindo trocas e espaços dialógicos em que a formação se dá a partir do vínculo afetivo no espaço acadêmico. Assim, demonstra-se que as narrativas e os relatos de experiência podem ser utilizados no campo da Educação e da Saúde como "dispositivos de intervenção e reflexão” para esses estudantes, seus professores e outros participantes, produzindo um efeito formativo por meio de vínculos no espaço acadêmico. Torna-se, assim, um elemento de inclusão. É com essa compreensão que apresentamos o enlace por nós aqui proposto.

editora.ioles.com.br/index.php

Texto de E. Thorndike de 1919 comentando sobre os esforços dos americanos, junto a Walter Dill Scott, em aplicar psicologia para o recrutamento de soldados e oficiais na I Guerra.

# Scientific Personnel Work in the Army

THORNDIKE, E. L. Scientific Personnel Work in the Army. Science, v. 49, n. 1255, p. 53–61, 1919. Disponível em: <science.org/doi/10.1126/scienc>. Acesso em: 12 jun. 2024.

Introdução ao livro de 1916 de Jean-Maurice Lahy, "psicotécnico" francês que critica o sistema de Taylor em nome da não menos malfadada noção francesa de "aptidão".

LAHY, Jean-Maurice. O sistema Taylor e a fisiologia do trabalho professional: Texto original: Lahy, J.-M. (1916). Le système Taylor el la physiologie du travail professionnel (Introduction). Paris : Masson. Laboreal, v. 13, n. 2, 2017. Disponível em: <journals.openedition.org/labor>.

Estava lendo sobre a história do RH no Brasil e no mundo, e o Brasil é sempre um caso a ser estudado: por pior que as práticas de RH tenham ficado na boca do povo desde os anos 1980, no Brasil sequer houve de fato práticas de RH.

O que se tem aqui é um discurso importado dos gringos com práticas que só passaram a existir porque um dia Getulio Vargas inventou a CLT: noves-fora, é herança colonial.

O texto de Tonelli é muito bom porque por meio dele dá para entender até a reforma trabalhista e o lodo no qual nos atolamos.

askesis.hypotheses.org/4605

Jean-Maurice Lahy: O que é uma aptidão profissional? (1922)

"A ideia de proceder à orientação profissional da juventude venceu atualmente todas as resistências. Concorda-se com a necessidade de não mais deixar ao acaso a escolha da profissão, e pelo contrário substituí-lo pela determinação racional das carreiras para onde se devem encaminhar os adolescentes."

LAHY, Jean-Maurice. O que é uma aptidão profissional? Laboreal, v. 13, n. 1, 2017. Disponível em: <journals.openedition.org/labor>.

Régine Plas écrit sur les débuts de la psychologie appliquée en France: Ribot, Binet, Édouard Toulouse, Lahy etc..

PLAS, Régine. Les débuts de la psychologie appliquée en France. Revista de Historia de la Psicología, n. 28, p. 137, 2007. Disponível em: <cnrs.hal.science/hal-03477040>.

Sur Jean-Maurice Lahy, sa biographie et la psychotechnique française.

TURBIAUX, Marcel. J. M. Lahy (1872-1943) essai de bio-bibliographie. Bulletin de psychologie, v. 36, n. 362, p. 969–985, 1983. Disponível em: <persee.fr/doc/bupsy_0007-4403_>. Acesso em: 7 jun. 2024.

STOFFERS, Manuel. Münsterberg’s nightmare: Psychology and history in fin‐de‐siècle Germany and America. Journal of the History of the Behavioral Sciences, v. 39, n. 2, p. 163–182, 2003. Disponível em: <onlinelibrary.wiley.com/doi/10>.

This article demonstrates that Hugo Münsterberg's presidential address “Psychology and History,” delivered to the American Psychological Association in 1898, should be understood in the German context of the 1890s. It constituted a response to a central feature of fin-de-siècle culture in Europe, the revolt against positivism. To be more precise, Münsterberg reacted against a new intellectual trend that was arising in Germany in the middle 1890s: the call for a historically oriented social psychology put forward by Wilhelm Dilthey—who was explicitly attacking Münsterberg's physiological conception of psychology—and new cultural historians like Karl Lamprecht and others who seemed to be putting Dilthey's program into practice.

BINET, Alfred; HENRI, Victor. La psychologie individuelle. L’année psychologique, v. 2, n. 1, p. 411–465, 1895. Disponível em: <persee.fr/doc/psy_0003-5033_18>.

> "O dono de uma usina pode aprender como utilizar as energias mentais de seus trabalhadores do mesmo modo como o fazendeiro sabe usar as propriedades do solo"

Hugo Munsterberg, *Psychology and the Market*, 1909, p. 91

Em 1927 Walter Van Dyke Bingham definiu assim o conceito de "liderança":

""" liderança é a organização de atividades de um grupo para a realização de um propósito comum"""

Em 2024, já abri alguns textos que definiam liderança da mesma forma. Mas o que parece interessante é que, de um lado, nem de longe as práticas de hoje são iguais às de 100 anos atrás em torno da "liderança", mas de outro, a definição parece permanecer a mesma, igualzinha, como se nada tivesse mudado.

Sem contar o esquecimento dos compromissos que, há 100 anos, colocavam a mesma definição.

É como se as pessoas dissessem a mesma coisa durante 100 anos, mas sem saber exatamente do que estão dizendo.

É curioso como a psicologia aplicada às empresas tem um discurso prático bastante inchado, mas o discurso teórico é mixuruca. Isso serve para dar um ar de praticidade e de cientificidade já garantidas. Mas na hora em que vamos buscar a justificação das práticas, onde está?

O curioso é que já era assim em figuras como Hugo Munsterberg e Walter Dill Scott, há mais de 100 anos. É assim desde o início.

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