Só eu tenho a sensação de que ao navegar na internet é como se estivéssemos numa praia lotada, com a água toda urinada, gente gritando, braço e perna pra todo lado, sujeira na areia, não tendo onde pisar? Que uma cervejinha sai caro pra caramba? Que achar algo bom para passar o tempo da vida tornou-se raro? E que agora prolifera o plástico da inteligência artificial?
O RJ sempre me pareceu ser uma espécie de espelho exagerado do Brasil. Tipo, se o Brasil realizar certas virtualidades, será parecido ou acentuará características existentes do RJ.
Hoje almocei no Shopping de Cabo Frio. É um lugar literalmente construído no paraíso: durante milhares de anos pessoas viveram aqui, pois neste lugar há o fim da Lagoa de Araruama, confluência de lagoa com mar de água límpida, transparente de um jeito raramente visto.
É tão raro que descrever como é a água por aqui não faz juz ao modo como as pessoas de fora entenderiam.
Além disso, há muitos sambaquis por aqui, sem contar vestígios arqueológicos outros que poderiam eventualmente ser encontrados. É muito verossímil dizer que, quando Américo Vespúcio atracou aqui perto (onde hoje é conhecido como Arraial do Cabo), havia nesse lugar muito índio morando e se alimentando fartamente, sem contar a mata exuberante e os outros recursos.
Mas o que se fez de fato foi um Shopping. A imagem é essa mesma, a de pavimentar o Paraíso, a História, colocando em cima asfalto, Mc Donalds e a especulação imobiliária da Região dos Lagos (todos os ítens combatidos por alguém que já se foi, Carlos Scliar, sem que outros tenham chegado).
Nada de Mata Atlântica (ela é um elemento estranho à paisagem do cabofriense, artigo de eventual gente de luxo da APA Pau Brasil, ja perto de Buzios), de sambaqui, de História ou estórias.
O que há é Divertidamente no cinema, gente mal educada e, quando você sai para comer lá fora e contemplar a lagoa, fica ouvindo os motoboys do Iphood esbravejando aos gritos e trocando farpas com os outros funcionários que estão assalariados (sabe-se lá até quando).
(Suco de Rio de Janeiro, suco do que parece que o Brasil quer ser muito mais)
Tempos atrás um condenado à morte nos EUA usou a citação seguinte de Albert Camus no ultimo instante:
> Matar um homem no paroxismo da paixão é compreensível. Fazer com que o matem de forma calma e refletida (…) é incompreensível.
Camus é extremamente atual e um remédio contra a #ultradireita. Mais sobre ele [aqui](https://catatau.wordpress.com/2010/01/11/p1431/).
Tempos atrás circulava um livro de "estatística sem matemática para psicólogos", e eu olhava meio surpreso os comentários dos colegas psicólogos elogiando o enfoque.
Eles deveriam ver as reações de meus amigos matemáticos e estatísticos.
Mas essas que estudaram estatística sem matemática já estão por aí, aplicando testes e enquadrando pessoas.
Estar absorto num mundo disperso
https://catatau.wordpress.com/2024/07/18/estar-absorto-num-mundo-disperso/
> "In youth we live as if we were immortal. Knowledge of mortality capers around us like a brittle paper ribbon that barely touches our skin. When in life does that change? When does the ribbon start twining around us tighter, until it ends by strangling us? How do we recognize its soft, but unrelenting pressure that makes us know it will never again subside? How do we recognize it in others? And how in ourselves?"
Night Train to Lisbon (2013)
No café, entra uma senhora pedindo emprego. A resposta é seca, dura. Nem parece que a pessoa que pede e o balconista que responde pertencem ao mesmo universo.
Pesco essa do @botPIGciencia . O mais interessante é ver como essa futurologia reflete mais a mentalidade norte-americana, a da sociedade dos carros, do que outra coisa.
Um futuro com veículos não dirigidos pelo próprio usuário sempre existiu e chama-se "transporte público"
Interesses: História da #Filosofia, História das #CiênciasHumanas, História da #Psicologia, Michel #Foucault. Também por #arte, #natureza e #fotografia.
Posto: o que vejo diante dos olhos, nessa curta vida. Compartilho links e coisas que me interessam, interajo, guardo informações, cito trechos, conjecturo, separo coisas para ler...
tootfinder