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O RJ não é para principiantes. Num dia você está vendo uma praia linda e no outro é extorquido.

O Brasil não entrou na era digital na dita "governança". O que ele fez foi digitalizar a burocracia.

Pense que, décadas atrás, para acompanhar um processo era preciso acompanhar inúmeras repartições, em papelança que se perdia e processos morosos. Cada burocrata era um ponto na série burocrática, com seus procedimentos próprios e boa vontade bem relativa (quando não era um reizinho da própria mesa, controlando o destino de quem caía ali como refém).

Então chegou a informática, e o que o Brasil fez? Salvo raras exceções (que eu gostaria de conhecer), manteve exatamente a mesma estrutura, porém informatizando ela. Está tudo igualzinho, só que informatizado.

Ou melhor: não está nada igual, pois a burocracia piorou: antes, ao menos, havia localização espacial, pessoas com quem reclamar, lugares a ir e funcionários a ordenar. Agora o digital dissolveu, com o papel, também as chances do usuário saber o que estão fazendo com seu processo. Pela justificativa do "cada caso é um caso", as demoras e arbitrariedades são iguais ou muito piores.

É incrível ver fluxos de processos digitalizados demorando ainda mais do que aqueles no papel. Por que? Porque o burocratinha é exatamente o mesmo e ele pode se esconder, não apenas da cara do usuário, mas no fluxo de bits. Há muito burocrata aí "trabalhando pra caramba" se fazer porr@ nenhuma.

A é tão bizarra que você tem que ir presencialmente solicitar algo para dizerem que você precisa ligar para solver seu problema.

É uma máquina de dissipação de vida.

No Rio de Janeiro você diz "venha pontualmente porque tenho outros compromissos" e a pessoa pensa

"Coé! Quem é essezinho pra cobrar pontualidade? Tá se achando o Rei? Chego a hora que quiser!"

Um dos maiores enigmas do RJ: botar som alto ruim.

# Despedida

Andar esses últimos passos
Sentir esses últimos ventos
O contraste do nordeste com a brisa morna
Esse mar azul, todos os sorrisos e dores
Cicatrizes, mais que memórias escondidas

O corpo e a alma
São uma escarpa esculpida
pelos acontecimentos

(Pitu)

Não à toa tem a ver com ansiedade: a internet é uma série de contingências discriminativas ("gatilhos") para reações ansiosas; uma conduta suicida (imaginada, o q seja) é comportamento de fuga e esquiva de contingências "ansiosas"

@botsocialista ursal.zone/@botsocialista/1131

Vero. Temos q reverter isso no Brasil! Há muita gente que não vem pra cá por simples ignorância.

@everton137 social.vivaldi.net/@everton137

"*Pois vida extra-humana, natureza, empobrecida, significa também uma vida humana empobrecida*"

Hans Jonas, dizendo isso décadas atrás (*Por que a técnica moderna é objeto da ética*, p. 56)

No mesmo ano, tivemos uma enchente do tamanho da Espanha e incêndios do tamanho de muitos países: e ainda não caiu a ficha?

Das coisas mais impressionantes nesse povo de 20 ou 30 anos é não terem vivido sem a internet. A internet para essas pessoas não é um instrumento, é parte do modo como vivem, parte que colore o modo interiro de viver.

É diferente, inclusive, da TV e do rádio, pois envolve muito mais interações.

Há certas coisas que sequer nos são dadas a saber. Essas pessoas que foram gestadas sob a internet sequer sabem como se comportar diante de um mundo que nào a possuiria. Certas coisas sequer lhes são dadas a pensar.

São um outro tipo de humanidade, muito mais atravessada pelos hábitos da máquina.

tanta maravilha
maravilharia durar
aqui nesse lugar
onde nada dura
onde nada para
para ser ventura

- paulo

“… Que precisamente esta civilização ameaça seu criador com sua “superioridade”, ou seja, por ex, a crescente automatização (um triunfo da eletrônica) o afasta dos postos de trabalho nos quais antigamente demonstrava sua condição humana”

Hans Jonas, prevendo as IA’s nos anos 1960-80 (Por que a técnica moderna é objeto da filosofia).

Última imagem da sonda Cassini antes de entrar em Saturno e desintegrar

Algo que falta ao Mastodon é o RT comentado. Dar boost é uma coisa, dar RT comentado é outra, interage e valoriza o que fez o autor, incentiva outros a irem ver. Faz rede.

Marcio LM boosted

Para o @michael, a migração brasileira para o Bluesky, e o correspondente esquecimento do Mastodon, configura o cenário de emergência Política do #Fediverso2.0: a "rede das redes", um hub aberto e genérico para a interligação de universos parciais.
Ora, faz todo o sentido que a #politica interceda em favor deste ambiente aberto e genérico.
Isto sem falar na enorme onda de inovação em tecnologia #opensource que emerge da possibilidade de customização das aplicações.
josemurilo.com/2024/09/13/fedi

# As fake news da "soma zero

O se encaminha para o fim do atendimento em caixa, substituindo tudo por caixas eletrônicos. E diz que vai direcionar as pessoas a outras funções.

É avelha mentira da "soma zero", contada por tanta gente de boa fé mas (supostamente) ignorante dos fatos: se a nos rouba empregos, é porque as pessoas acharão outros empregos.

Funcionaria bem se vivêssemos numa sociedade de iguais e de oportunidades infinitas.

Mas a realidade não é essa. Não basta ver o crescimento dos excluídos nas ruas, nem o mercado de trabalho se esfarelando em trabalhadores de aplicativo e tarefas simples (de fazer ou transportar comida, transportar pessoas ou vender o corpo ou idéias toscas, mas virais, nas redes).

A questão é - ou deveria ser - trivial: num mercado **inteiro** no qual o interesse é o de demitir pessoas em troca de máquinas para maximizar o lucro, quem acreditaria que algum outro ponto do mercado seria mais humano e interessado em gente?

Se até no ramo da psicoterapia querem nos fazer engolir que substituiriam psicólogos, dispensando atendimento humano... (e há quem acredite que *gadgets* virtuais substituiriam audiências, até advogados e juízes).

E curiosamente as pessoas acreditam em outros argumentos de soma zero.

Um dos motivos das "pedaladas fiscais" que levaram ao impeachment de Dilma foi a massiva desoneração fiscal que ela concedeu a muitas empresas, sob a perspectiva de que as empresas contratassem mais. Elas abocanharam o incentivo fiscal e não contrataram.

O raciocínio foi o mesmo com a reforma trabalhista: com menos direitos, contratar-se-ia mais. Eis de novo os trabalhadores de aplicativo para o desdizer.

E também houve a idéia mágica de que se as companhias aéreas cobrassem a bagagem, os preços dos vôos cairiam.

O resultado é um suco de : as pessoas passaram a comprar malas não tão grandes - embora fora da medida - para levar tudo no alto do avião.

# Mazzucato: a Era da Água Escassa chegou

*Ataques à perturbam o ciclo das chuvas no mundo todo, provocando crises inéditas. Há caminhos para enfrentá-las. Exigem considerar a água um Comum, multiplicar investimento público e adotar feixe de saídas pós-capitalistas* - via @pensadorlouco

outraspalavras.net/terraeantro

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