@santiago Que incrível contraste!
Isso é interessante, pois os brasileiros cultivamos todos certa visão sobre a europa civilizada, o respeito ao silêncio etc.. E isso é mesmo verdade, bem como esse tema de que, quando se mora fora, até dá "saudade de um pouquinho de desordem brasileira".
São temas muito bem assentados na nossa cultura. Mas eu fico sempre imaginando critérios que ultrapassassem as diferenças culturais e nossos próprios ideais. Por ex., o silêncio seria, ou não, algo interessante para uma vida feliz? Num contexto no qual ninguém está aí para o silêncio alheio, certamente a possibilidade de escolher o silêncio seria um ítem essencial para ser feliz.
Eu diria até que seria um marco civilizatório: um bom lugar é aquele em que as pessoas respeitam às outras, e logo, ao silêncio delas.
Comecei a tentar escrever um texto sobre como o direito ao silêncio seria importante aos brasileiros: o silêncio, ao invés de reforma e makita no sábado de manhã e funk de madrugada, tocando o fd-se para os vizinhos.
Mas respeitar o silêncio é tão fora de cogitação para o brasileiro que... ficarei em silêncio.
@fregebr Caso consiga, ensine a receita kkkk
Acho que depende da crítica, do lugar, da pessoa. Em geral, vale tocar um fd-se e ficar de olho nas críticas erradas de gente escrota; mas se a crítica for boa e trouxer aprendizado, por que não, vinda de onde vier?
A literatura sobre Foucault é bastante grande e, com isso, vem aquele efeito dos abundantes textos que, para comentar suas noções, não fazem a mínima lição de casa. É incrível o número de artigos "profundos", por vezes elogiados, que redesdobrem a roda e, ao mesmo tempo, sequer leem as passagens nas quais a roda está implicada.
Um exemplo (para citar só um) é esse artigo (https://philarchive.org/archive/DECFM-2), que aproxima a noção de "meio" das análises de Foucault, por exemplo sobre a biopolítica. Desde seus escritos iniciais, Foucault põe sob problema a noção de meio, com todas as suas derivações possíveis. Inclusive - não vou dizer onde -, Foucault faz uma contundente arqueologia da noção de meio, cujos efeitos continuam sem análise durante décadas.
Sem analisar esses textos, o autor do artigo julga que há algo como correspondências ou empréstimos referentes à noção de "meio". A própria noção de biopolítica, citada no artigo, é um dos critérios analíticos pelos quais a noção de meio encontraria suas condições de possibilidade, e não um conceito que estaria aí para ser aproveitado ou ressignificado por Foucault.
Os algoritmos das outras redes são irritantes, são sempre restritivos quanto aos conteúdos, a única coisa que favorecem são as interações a despeito do conteúdo.
Uma das coisas legais do fediverso é voltar o valor do conteúdo pelo conteúdo.
Uma foto bonita será curtida e vista porque é bonita, e não porque foi um influencer turbinador de audiência que a tirou.
No instagram, o cara com 2 milhões de seguidores dá um curso sobre Bauman ensina do a amar solidamente em tempos líquidos.
A linguagem inteira, de cabo a rabo, é a do coach e das receitas que vc precisa seguir para ser feliz.
O cara simplesmente ensina de forma líquida e com finalidades líquidas a crítica aos tempos líquidos.
Sempre tive comigo a crença, aprendida no existencialismo, de que o outro é outra liberdade.
Essa crença era bastante otimista: o outro é outra liberdade, portanto pode decidir pelo melhor, decidir por aprender, por evoluir, por criar.
Essa crença evoluiu até chegar em seu contrário. Continuo acreditando que o outro é uma liberdade. Mas agora essa crença se formula em dúvida e ceticismo: será essa liberdade disposta a fazer diferente do que faz, de aprender, de não cair nas malhas do simplesmente cotidiano, banal, massificado, maquinizado, pequeno? Será ela capaz de afirmar os acertos e aceitar os próprios erros, de perdoar e pedir perdão, de saber que não é perfeito e nem fracassado, de viver sua vida em meio a outras liberdades?
A economia da crença não é mais a da confiança. É a da surpresa.
"Think you're escaping and run into yourself. Longest way round is the shortest way home."
Ulysses (1922)
~James Joyce (2 February 1882 – 13 January 1941)
Isso ocorre com certa frequência, é incrível. Vejo gente que põe o nome até no livro de orientando de doutorado (que supostamente deveria assinar sozinho o próprio livro).
Gente que passa por cima da pesquisa alheia. Que faz salami research. Que faz autoplágio. Que suga idéia sem dar o crédito. Que oculta ou abafa referências alheias.
E assim faz seu nome. É chocante!
@_evso Isso ocorre com certa frequência, é incrível. Vejo gente que põe o nome até no livro de orientando de doutorado (que supostamente deveria assinar sozinho o próprio livro).
Gente que passa por cima da pesquisa alheia. Que faz salami research. Que faz autoplágio. Que suga idéia sem dar o crédito. Que oculta ou abafa referências alheias.
E assim faz seu nome. É chocante!
Interesses: História da #Filosofia, História das #CiênciasHumanas, História da #Psicologia, Michel #Foucault. Também por #arte, #natureza e #fotografia.
Posto: o que vejo diante dos olhos, nessa curta vida. Compartilho links e coisas que me interessam, interajo, guardo informações, cito trechos, conjecturo, separo coisas para ler...
tootfinder