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E claro que há o momento da piada, sobre não poder chamar de "louco".

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As mesas de restaurante e cafe no RJ me revelam cada coisa...

Na mesa ao lado, pessoas de um hospital fazem um arranjo para certa pessoa começar a atender em psiquiatria. Chego a entender que a pessoa sequer é psiquiatra. Mas não faz mal, pois além dele, poderá trazer a mulher para atender.

Uma vez por semana, em torno de 30 pacientes. "Mas não precisa atender tudo isso não".

Houve uma mudança clara nas redes sociais: antigamente compartilhavam conteúdo ruim, mas hj o conteúdo tem que vir cheio de erros de português

Tenho visto o povo do instagram e das academias de crossfit e o sentido da vida virou "ser fit" e postar fotos do "processo". Não há finalidade na vida senão sair na foto. Que civilização é essa!

às vezes eu imaginava a vida de pós-graduação como uma entrada numa câmara radioativa e uma prova sobre o quanto um organismo suporta. Hoje acho que a vida acadêmica inteira é assim, e com mutantes para todo lado. É praticamente um gibi de Druuna.

Há momentos nos quais, buscando coisas que se diriam sérias, a gente solta é uma imensa gargalhada

books.google.com.br/books?hl=p

Marcio LM boosted

Antonio Negri, Story of a Communist: A Memoir - trans. Ed Emery, ed. Girolamo De Michele, Columbia University Press, October 2024
cup.columbia.edu/book/story-of

Desde a pandemia eu julgo moralmente qualquer pessoa que espirra sem proteger o rosto.

Estou estudando Psicologia do Trabalho e é incrível como eles desconhecem a própria história.

Dia desses vi que um carro não parava de estacionar em minha garagem. Reclamei no síndico e descobri que eram os vizinhos. Eles haviam entendido, por um desígnio do umbigo, que poderiam estacionar ali. Depois que "descobriram" que não pode - isto é, tiveram a cara de pau até alguém ter que dizer isso -, vieram então pedir para mim a vaga.

Não permiti, salientando que outras vezes isso deu problema. Até hoje, não me olham na cara. Resumo: eu é que estou errado.

Suco de Rio de Janeiro.

A regra é clara: toda criança que ganha na cara um celular quando sai de casa para "ficar quieta" é alguém que não aprenderá a ficar quieta em circunstâncias diversas. Não aprende a ter autocontrole e, adivinha? Tenderá a ser mais um descompensado adulto, cheio de ansiedades e sem saber lidar consigo, com os outros e com o mundo.

Retrato do empreendedorismo brasileiro é imprimir o QR code para o cliente fotografar a mesa, ver se o menu está online, e se tudo estiver certo ainda chamar o garçom e constatar se o prato está disponível.

Depois, é claro, deixar o cliente esperaaar.

Sempre acho engraçado quando o garçom fluminense recolhe o prato. Ele não deixa vc terminar a refeição direito, às vezes vc não largou o garfo, ou não engoliu a comida, ou ela nem desceu.

Mas naquele gesto de recolher o prato muito rapidamente há uma mistura de resquícios coloniais de serviçalismo, com resquícios coloniais de resisténcia a ele e pitadas da soberba do "estou pouco me zodendo para você"

Demorei para saber da existência da dita "teologia do domínio". Não concordo com esses discursos paranóicos com chave "tudo é um", mas esse vídeo é bte interessante:

youtube.com/watch?v=QH0J4X-GGg

Algumas coisas que percebo cada vez mais em alunos ingressantes na universidade:

- estreitamento brutal de vocabulário;
- tendência a considerar a leitura algo aversivo, e pior ainda se o texto for complexo ou longo e precisar de esmero e releitura;
- intensificação exacerbada da emoção e volubilidade emocional;
- dificuldade em entender onde está e quanto ao fato de que ele não é um cliente e sequer está num lugar onde pode dizer o que quiser sobre qualquer coisa, sem que isso tenha consequências;
- uma espécie de crença auto-evidente de que ou se é um sucesso notório, ou um redondo fracasso, sem meios-termos. Não há maior sentido de evolução, de se estar num **curso** com início, meio e fim, com dificuldades ocasionais e sobretudo aprendizados;
- Os alunos parecem achar que a vida é uma espécie de sucursal do Instagram, onde nos identificamos com uma imagem, um avatar imutável. Nesse sentido, não pode haver erro e qualquer erro é visto como fatalidade.
- Não à toa os discursos sobre depressão e suicídio estão na moda. Afinal, ao que tudo indica, parece que todo mundo tem que ser perfeito e sem defeitos; que a vida não é um aprendizado; que as relações humanas não possuem ruídos e necessidade de entendimento mútuo, construído dia-a-dia e com todo mundo.

Os alunos de hoje parecem surfar naquele verso batido de Renato Russo: "a primeira vez é sempre a última chance"

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