Desde os anos 1990, no governo FHC, a reprovação escolar até a quarta série foi proibida ou, em última hipótese, dificultada. Isso era um jeitinho para cumprir exigências do Banco Mundial.
Isso significa que não houve um reforço nas condições pedagógicas: tudo permaneceu como já era, só que sem reprovação.
Aquelas crianças todas não aprenderam a ler e a fazer matemática básica. E são elas que, hoje, cursarm faculdades sem avaliação e hoje comandam o país em todas as esferas.
Não sei por que, mas me lembrei disso ao ver Moro proferindo palavras sobre a Venezuela.
# Foucault Before the Collège de France
Theory, culture, society, Volume 40 Issue 1-2, January-March 2023
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A era dos vídeos políticos em IA começou
https://www.facebook.com/share/r/UjbGTYaAxwSCcvGK/?mibextid=W40cHY
# Message or noise?
Michel Foucault (1966)
“Message or Noise?” is Michel #Foucault’s response to a “Colloquium on the Nature of Medical Thought,” convened in the pages of French medical journal Le Concours Médical by the psychiatrist Cyrille Koupernik. The debate begins in Volume 88, Issue 42 of the journal (15 October, 1966), featuring contributions from Cochin Hospital’s Chair of Clinical Medicine Henri Péquignot, physician and director of Concours Médical Jean Robert Gosset, gastroenterologist Jean-Jacques Bernier, and medical journalist Raymond Lepoutre. Foucault’s article appeared in the following week’s edition, Volume 88, Issue 43 (22 October, 1966), alongside a response by historian and philosopher of science François #Dagognet, titled “Le Tour de Babel” (“The Tower of Babel”). The essay was republished in #MichelFoucault, Dits et Écrits, Vol. 1 eds. #DanielDefert, #FrançoisEwald and #JacquesLagrange (Paris: Éditions Gallimard, 2001) 585-588.
# Máquinas sociais e valores humanos
Zeph Thibodeau
As IAs estão para criar o caos, e só ricaços estilo Elon Musk estarão a salvo disso. Enquanto a classe mérdia se atocha de aplicativos, há quem esteja se garantindo para manter a opção de viver sem a dependência de máquinas.
Enquanto isso, na superfície, boiam assuntos como esse:
https://www.goethe.de/prj/hum/pt/deu/25348067.html
ALENCASTRO, M. S. Hans Jonas e a proposta de uma ética para a civilização tecnológica. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 19, p. 13-27, jan./jun. 2009. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/article/viewFile/14115/10882
“O verdadeiro herói, o verdadeiro objecto, o centro da “Ilíada”, é a força. A força que é manipulada pelos homens, a força que submete os homens, a força perante a qual a carne dos homens se retrai. Nela a alma humana surge incessantemente alterada pelas suas relações com a força; arrastada, ceifada pela força da qual julga dispor, curvada sob o constrangimento da força que suporta. Aqueles que sonharam que a força, graças ao progresso, pertencia ao passado, puderam ver neste poema um documento; aqueles que sabem discernir a força, hoje como outrora, no centro de qualquer história humana, lá encontram o mais belo, o mais puro dos espelhos.
A força — é o que torna quem lhe é submetido numa coisa. Quando é exercida até ao extremo, faz do homem uma coisa no sentido mais literal, porque faz dele um cadáver. Havia alguém e, num instante, não há ninguém. É um quadro que a “Ilíada” não se cansa de nos apresentar. (...)
Apesar da curta embriaguez causada durante o Renascimento pela descoberta da literatura grega, o génio da Grécia não ressuscitou nestes vinte séculos. Algo dele surge em #Villon, em #Shakespeare, em #Cervantes, em #Molière, e uma vez em #Racine. A miséria humana é posta a nu, a propósito do amor, na “École de femmes”, no “Fedro” [sic]; estranho século aliás, em que, ao contrário dos tempos épicos, só era permitido descobrir a miséria do homem no amor, enquanto que os efeitos da força na guerra e na política tinham de estar sempre envoltos em glória. Podíamos talvez citar mais alguns nomes. Mas nada daquilo que produziram os povos da Europa vale o primeiro poema conhecido que apareceu num deles. Talvez reencontrem o génio épico quando quiserem acreditar que nada está ao abrigo do destino, nunca admirar a força, não odiar os inimigos e não desprezar os infelizes. Duvidamos que seja para breve.”
Simone Weil, *"A Ilíada, ou o Poema da Força"*
# Historia da Filosofia Antiga
Giovanni Reale
https://archive.org/details/historia-da-filosofia-antiga
Reale é um daqueles autores raros dos quais podemos ter a expectativa de encontrar sempre um bom texto.
# Mastodon nas universidades
[Esse texto](https://netzpolitik.org/2023/a-call-to-action-universities-of-the-world-into-the-fediverse/) é muito importante, pois pergunta o seguinte: se as universidades fornecem emails para seus alunos e profissionais terem um login e se comunicarem em rede - promovendo ainda sua identidade e o pertencimento às universidades - por que não fornecer também uma conta do #Mastodon ou do #Fediverso?
Afinal, são plataformas que não exigem muitos recursos, apesar de terem possibilidades incríveis de interação.
Há, inclusive, universidades e instituições de pesquisa que já fazem isso! O post acima cita a [Helmholtz Association](https://blogs.helmholtz.de/augenspiegel/en/2022/12/helmholtz-launches-new-mastodon-server/) e o [MIT](https://mastodon.mit.edu/about), dentre outras iniciativas.
Mais sobre o [mastodon e o fediverso](https://askesis.hypotheses.org/3571).
Não sei o quanto passou despercebida [essa postagem](https://dialup.cafe/@vga256/113014589292418783), mas @vga256 estava divulgando uma série de mais de 12 mil aquarelas pintadas à mão para recriar o filme de #BladeRunner, numa produção de 35 minutos muito bonita.
O arquivo está inteiro no archive.org - https://archive.org/details/blade-runner-aquarelle-edition
Sou bem contra o povo da academia usar as redes sociais de *Big Techs* para divulgarem suas coisas.
É uma espécie de injunção tão grande a fazer isso que as pessoas se sentem praticamente obrigadas a seguir o fluxo. Difícil recusar.
Mas acadêmicos que se apoiam em redes sociais de *big techs* estão apoiando campanhas de engajamento sob finalidade de lucro privado.
Muita gente diz "ah, mas eu nem levo as redes a sério, embora o fato é que as pessoas estão todas lá..."
Mas aquestão é exatamente essa: tirar as pessoas de lá.
#JaronLanier já dizia isso, bem na linha do que já dizia também #Thoreau: se **eu** não fizer isso, minha ação concorre para que outros não o façam (Thoreau já dizia: um só escravocrata que liberta seus escravos concorre para a abolição nos EUA inteiros).
Comissão aprova projeto que prevê correção anual das bolsas de estudo da Capes e do CNPq
Já fica melhor que nosso salário.
📌 “Todos os estudos mostram que quanto mais se põe o digital nas escolas, menos as crianças aprendem”.
Visão | Uma operação ao cérebr...
Você busca um assunto e vem uma enxurrada de textos, imagens e vídeos inúteis feitos só para gerar engajamento. Quando não, é a IA que aparece para orientar, corrigir, responder, pensar por você
É como se eu andasse numa praia suja e lotada, e quando quisesse me refrescar o mar estivesse cheio de plástico. Jamais vi a internet tão suja.
É só comigo?
VAZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. RJ: Civilização Brasileira, 1990. Disponível em: <https://ria.ufrn.br/jspui/handle/123456789/1590?mode=full>.
Interessante ver que esse livro circula com bastante vigor na academia. É um livro escrito em meados do século XX, quando o marxismo tinha grande força e compunha a via mestra dos debates (não, hoje em dia não há exatamente **marxismo**, e sim um espantalho da ultradireita criado para pegar descuidados).
Fico curioso para saber de onde Vazquez retira alguns de seus termos. Por exemplo, ele diz que uma experiência pode ser não apenas cognitiva, mas também valorativa em sentido estético, prático-instrumental e econômico. Ele praticamente pega o linguajar da fenomenologia sobre juízos cognitivos, estéticos, práticos e axiológicos, acrescentando aí o "econômico".
# Alexandre Koyré and the Collège de France
Stuart Elden ( @stuartelden )
History of European Ideas, 1–14, 2024
https://doi.org/10.1080/01916599.2024.2391378
> This article discusses an important moment in the career of Alexandre #Koyré, and the history of philosophy in France. It looks at the 1951 election of a successor to #ÉtienneGilson at the Collège de France, for which Koyré was one of the possible candidates, alongside #HenriGouhier and #MartialGueroult. Koyré came close, but Gueroult was elected to the chair. In time, Gueroult was succeeded first by #JeanHyppolite and then, in 1970, by Michel #Foucault. Using archival documents to discuss the process in detail, this article shows the weakness of Koyré’s proposers, and the strength of Gouhier’s application. Finally, drawing on Koyré’s outline of his proposed teaching programme, it discusses how success might have shaped his future career, using this as an indication of his position within and beyond a French tradition in the philosophy and history of the sciences.
Interesses: História da #Filosofia, História das #CiênciasHumanas, História da #Psicologia, Michel #Foucault. Também por #arte, #natureza e #fotografia.
Posto: o que vejo diante dos olhos, nessa curta vida. Compartilho links e coisas que me interessam, interajo, guardo informações, cito trechos, conjecturo, separo coisas para ler...
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