# Inteligência artificial invade publicações científicas
- 12/08/2024 - [Ciência](https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2024/08/ia-invade-publicacoes-cientificas-e-para-pesquisador-situacao-deve-piorar.shtml)
Erros e imprecisões recentes em revistas científicas, como a imagem de um rato com um pênis gigante ou uma perna humana com ossos demais, revelam a utilização cada vez maior da #inteligênciaartificial (#IA) nessas publicações, em detrimento da sua qualidade.
Embora especialistas entrevistados pela AFP reconheçam o valor de ferramentas como o #ChatGPT para a redação de conteúdos, sobretudo em matéria de tradução para pesquisadores cuja língua materna não é o inglês, as correções recentes de algumas revistas apontam práticas desonestas.
No início deste ano, a imagem de um rato com genitais gigantes, amplamente compartilhada nas redes sociais, levou à retirada de um estudo publicado em uma revista da editora universitária #Frontiers, uma das principais no setor.
No mês passado, outro estudo foi retirado depois de mostrar uma imagem de uma perna humana com mais ossos do que o habitual.
Entretanto, para além dessas imagens alteradas, o maior choque para o setor vem do ChatGPT, o software desenvolvido pela empresa americana #OpenAI.
Em março deste ano, um artigo publicado pelo grupo editorial britânico #Elsevier viralizou porque começava com "*certainly, here is a possible introduction for your topic*" (claro, essa é uma possível introdução para o seu tema), uma fórmula típica das respostas do ChatGPT.
Esses erros, que escaparam dos controles dos especialistas encarregados de reler os estudos, são raros e provavelmente não passariam pelos filtros das revistas mais prestigiosas, disseram vários especialistas à AFP.
O uso da IA é muitas vezes difícil de detectar, mas parece estar aumentando na literatura científica.
O bibliotecário Andrew Gray, da University College de Londres, examinou milhões de artigos científicos em busca de palavras como meticuloso, complexo ou louvável, frequentemente usadas em excesso pela IA.
Segundo ele, pelo menos 60 mil artigos foram produzidos com a ajuda da IA em 2023, 1% da produção anual, e 2024 deve ocorrer um aumento significativo nesses números.
A associação americana Retraction Watch observou um recorde de 13 mil retiradas de artigos no campo científico em 2023, algo nunca visto antes.
Para Ivan Oransky, um dos cofundadores da organização, a IA agora permite industrializar a produção de estudos fraudulentos por meio de fábricas de artigos.
Esses centros de produção em massa geram inúmeros artigos de má qualidade, plagiados ou falsos, diz Elisabeth Bik, uma microbiologista holandesa especializada em detecção de imagens falsas.
Pagas por pesquisadores que estão ansiosos para produzir mais, essas "fábricas" estariam na origem de 2% dos estudos publicados por ano, mas esse número é disparado pela IA, diz ela.
Para Oransky, a IA alimenta um problema esmagador: a demanda insaciável de artigos por editoras e universidades exerce grande pressão sobre os pesquisadores, que são avaliados de acordo com sua produção, criando assim um círculo vicioso.
Em paralelo, as proteções contra essas "fábricas" de pesquisa são inadequadas.
O problema de fraude em massa foi destacado pela compra da editora Hindawi pela empresa americana #Wiley, em 2021, que precedeu a retirada de cerca de 11,3 mil artigos publicados anteriormente pela empresa.
Em uma tentativa de resolver esse problema crescente, a Wiley implementou um "serviço de detecção de fábrica de artigos" que abusam da IA. Paradoxalmente, esse programa se baseia justamente na IA.
Entretanto, na semana passada, um pesquisador americano descobriu o que parece ser uma versão reescrita pelo ChatGPT de um de seus próprios artigos, publicado em uma revista da Wiley.
Samuel Payne, professor de bioinformática da Universidade Brigham Young, nos EUA, disse à AFP que havia solicitado a verificação do estudo em março.
Depois de perceber que se tratava de um plágio de seu próprio trabalho reescrito pela IA, ele se recusou a aprovar a publicação.
Payne disse que ficou surpreso ao descobrir que, em vez de retirar o artigo, o trabalho plagiado foi simplesmente publicado em outra revista.
# Identitarismo e pluralismo
Vejo muita gente que vem de familia abastada trilhando o caminho do jovem místico: sem referência moral na vida, vai criando um amálgama de crenças, baseadas em traduções brasileiras sem notas de rodapé, de tradições religiosas e místicas, por vezes misturadas com medicalização psiquiátrica desconrolada.
É o exato simétrico e inverso do jovem religioso não-místico, que se bitola na religião com Bíblias sem notas de rodapé e rituais duvidosos, de adesão forçada mais à performance do que ao conteúdo, não importando se no catolicismo ou nas religiões neopentecostais.
E a cereja do bolo é o jovem ateu, bitolado num cientificismo ingênuo, de textos sem notas de rodapé, quando no melhor apoiado em Carl Sagan e quetais, mas decaindo rapidamente para Richard Dawkins e outros que nem vale a pena citar.
São formas de vida contrárias entre si, mas que se unificam no seguinte:
- todas aderem às crenças de forma bitolada, rígida, dogmática, sem recursos;
- as crenças não permitem sutilezas, e daí o fechamento em bolhas e doutrinas "sem notas de rodapé";
- isso é unha e carne com o identitarismo tão cultivado em nossos tempos, especialmente pelas agências de engajamento e Big Data, pois afinal, é como se todo mundo devesse se encaixar numa etiqueta;
- e finalmente, isso tudo supõe uma negação fundamental do pluralismo, o qual se ligaria ao dinamismo da vida e à possibilidade de mudança.
Bizarrices bozísticas que Lula, se quiser, resolve numa canetada:
- exoneração de reitores não eleitos, nomeados pelo proto-ditador miliciano
- revogação de decretos que suspenderam concursos pra jornalistas, justo quando os Institutos Federais e Universidades mais precisam combater desinformação e negacionismo midiático
- revogação da suspensão de concursos de intérpretes de libras e audiovisual, em pleno pós pandemia onde a demanda institucional é altíssima
Por que não fez?
> "Somente quando uma comunidade adere ao mentir organizado por princípio, e não apenas em relação a particularidades, a veracidade como tal, sem o apoio das forças distorsivas do poderio e do interesse, se torna fator político de primeira ordem. Onde todos mentem acerca de tudo que é importante aquele que conta a verdade começou a agir; quer saiba ou não, ele se comprometeu também com os negócios políticos, pois, na improvável eventualidade de que sobreviva, terá dado um primeiro passo para a transformação do mundo."
(Hannah Arendt, Verdade e Política)
# Superando o Turismo
Hakim Bey
> Nos Velhos Dias o turismo não existia. Ciganos, Tinkers e outros nômades de verdade até hoje vagam por seus mundos à vontade, mas ninguém iria por isso pensar em chamá-los de “turistas”.
> O turismo é uma invenção do século XIX – um período da história que algumas vezes parece ter se alongado em uma duração não natural. De várias formas, nós ainda estamos vivendo no século XIX. (...)
https://revistacarbono.com/artigos/08-hakimbey-michaelhughes/
Javier Nogueira escreve [informe](https://www.galiciae.com/opinion/javier-nogueira/o-ceo-estrelado/20240625181700098966.html) sobre um livro interessante de Volker Spierling sobre ética, ainda não traduzido em português: *Nada es más asombroso que el hombre*. Trata da história da ética de Sócrates a Adorno. Informe do livro:
> ¿Es el ser humano una criatura monstruosa o bondadosa por naturaleza? La filosofía occidental ha ofrecido diferentes respuestas a esta y otras cuestiones fundamentales de la ética a lo largo de la historia. Mientras que san #Agustín consideró que el simple hecho de amar a Dios hace bueno al hombre, #Schopenhauer concibió la voluntad de vivir como el verdadero motor de nuestros actos. En este exhaustivo ensayo, el filósofo e historiador Volker Spierling analiza once principios éticos clave, de #Sócrates a #Adorno, a la luz de las distintas cosmovisiones y revoluciones del pensamiento en que se gestaron, y nos ofrece una brillante visión panorámica de la aspiración a la bondad, un tema profunda y vitalmente humano.
Dia 3 de agosto fez 100 anos da morte de Joseph Conrad, conforme @albertochimal o [escreveu](https://mstdn.mx/@albertochimal/112904389368796804) em [La Jornada](https://www.jornada.com.mx/2024/08/03/cultura/a02n1cul) :
> A un siglo de su muerte, Joseph Conrad aún nos cuenta cosas que preferiríamos no saber
"Our main concern is the potential impact that AI tools could have on the human motivation to continue creating & sharing knowledge. When people visit Wikipedia directly, they are more likely to become volunteer contributors themselves. If there is a disconnect between where knowledge is generated (e.g #Wikipedia) and where it is consumed (e.g. ChatGPT or Google AI Overview), we run the risk of losing a generation of volunteers and all the knowledge they help contribute."
https://sherwood.news/tech/ai-is-mining-the-sum-of-human-knowledge-from-wikipedia-what-does-that-mean/
riding bikes every day until I can’t for some reason, day 1447
#Cycling #BikeTO #Photography #BikeTooter #BikeStreak #Nature
Alguém tem que explicar as Olimpíadas do brasileiro: passa 4 anos valorizando só futebol, acha os outros esportes nada mais que coisa de projeto social, ONG e comunista, aí fica torcendo por um bando de gente que viveu a vida sendo desprezada e tendo que comer o pão que o diabo amassou para treinar.
No fundo, quem explica bem essa gente é o Bolsonaro: uma piada humana, tristemente perigosa.
Na sala vip da Gol. Experiência antropológica da porr@. Como o brasileiro é nojento, metido a título de nobreza, refratário à modernidade querendo dar ares de moderno.
Gente também (contraditoriamente) metida a classista, mas no fundo um bando de vira-latas querendo dar ares de gente diferenciada, sem saber juntar lê com crê.
Sérgio Buarque já escrevia sobre essa gente afeita a ornamentos vazios em 1936, em *Raízes do Brasil*.
O ocidente criou a sociedade industrial. O Brasil criou a incompetência e a malandragem industriais. Difícil achar um serviço só que você não caia em algum assédio que te deixa dependente de algum reizinho de repartição para quebrar alguma.
E isso é muito mais notável no Rio de Janeiro, sociedade de viscondes e barões mal resolvida.
Imagine you are at a big party. Everyone is talking but you cannot hear what most are saying.
But one guest is constantly talking about how great a certain product is, and that everyone should buy it. And that guy you can hear loud and clear, because that is what the people who pay for the party WANT you to hear.
That is what algorithm driven social media is. Whether it is Facebook, Threads, or X, when you submit to the algorithm, they control your party.
Tell your friends to choose Mastodon.
# O que é a moralidade?
James Rachels
Neste capítulo, vou descrever a “concepção mínima” de moralidade. Como o nome sugere, a concepção mínima é um núcleo que qualquer teoria moral deveria aceitar, pelo menos como ponto de partida. Vamos começar por examinar algumas controvérsias morais recentes, todas relacionadas com crianças deficientes. As características da concepção mínima emergirão da nossa consideração destes exemplos.
Mise en ligne des 50 1ers articles de la Open Encyclopedia of Cognitive Science projet #openaccess #openscience
Recueil d'articles #peerreviewed
En partenariat avec @mitpress
https://oecs.mit.edu/
Interesses: História da #Filosofia, História das #CiênciasHumanas, História da #Psicologia, Michel #Foucault. Também por #arte, #natureza e #fotografia.
Posto: o que vejo diante dos olhos, nessa curta vida. Compartilho links e coisas que me interessam, interajo, guardo informações, cito trechos, conjecturo, separo coisas para ler...
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