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# Por que a obra de João do Rio, apesar de sua enorme popularidade, caiu no esquecimento?

Quando morreu, em 1921, Joao do Rio deixou cerca de 2,5 mil textos, entre cronicas, contos e romances

bbc.com/portuguese/articles/cp

@QOTO Markdown is not working - whats going wrong?

# Cristina contestou vacina, defendeu golpistas do 8 de janeiro, mas diz não ser de extrema direita

*Candidata do PMB que passou para o segundo turno da em defendeu posições radicais em entrevista ao Plural*

plural.jor.br/noticias/poder/c

"É preciso convir, senhor, que o homem não é senão vicissitudes"

Sólon para Creso, em Heródoto.

Ser contra o nepotismo e a "política tradicional" / votar no filho do político do Centrão

@dausacker mastodon.social/@dausacker/113

Surpreende a ingenuidade nos estudos sobre ética. Fala-se em tanta coisa como se fosse evidente. A noção de "bem", por exemplo. Trata-se pensadores antigos como se visassem algo semelhante às noções modernas. Bom em grego é agathon, e o superlativo dele é o que os gregos chamavam de "virtude", areté. Areté não tem o significado de "bom", e sim de "melhor", então os "virtuosos" gregos eram os aristoi, os "excelentes", virtuosos não no sentido de deterem o bem, mas de exercê-lo em ato... e "bem" que pode ser o aristeia guerreira, tanto quanto política, ou do engenho da ação... coisas muito longe da nossa noção de "bem".

Sem contar as derivações de areté (virtude) em significados aristocráticos e até vínculos de sangue ou constituição do caráter. Virtude, aliás, no latim deriva de "vir", que é qualidade masculina, do varão, jamais feminina. O que no grego se assemelha à virtude da andreia, "coragem", derivada de "aner" - "homem" em grego...

Então, para nem mencionar tantos outros termos, tudo se passa como se um moderno soubesse do que fala ao tratar de Ética. E aí você abre um livro de ética empresarial com autores achando que a noção de liderança (surgida nos séculos XIX-XX) poderia ter algo a ver com a virtude aristotélica, e la nave va.

Minha formação está galáxias distante de ser minimamente boa, mas os alunos de graduação de hoje em dia são perturbadores: muitos chegam na universidade refratários à leitura, são intolerantes com matérias não estritamente técnicas, não sabem o que foi Auschwitz e quem foi Goethe, Goya, Dali e tantos outros.

Não há cultura geral, nem disposição para tê-la. E isso não se traduz num interesse mais voltado às matemáticas, pois por lá as queixas são as mesmas.

É quase como se a vida, a educação, tudo, devesse emular o Instagram e o Tiktok.

# Mastodon recebe mais posts de brasileiros, após bloqueio do X

*A rede social sem fins lucrativos foi criada em 2016 pelo programador alemão e teve como principal inspiração o *

valor.globo.com/empresas/notic

Quando você se sentir um idiota, lembre que a fez uma reportagem feliz sobre o lucro das sorveterias durante a maior onda de calor da História.

Marcio LM boosted

Isso de fato está cada vez mais claro. A ascensão das "mídias alternativas" pelas plataformas não está substituindo a mídia hegemônica. Eles passam a se retroalimentar numa mesma ecologia, com a mídia sendo cada vez + colonizada pela lógica da economia da atenção.

RE: https://bsky.app/profile/did:plc:b2yh7pcbcq6nh4lhpueffwp2/post/3l4grerob542p

Depois das eleições de ontem, alguém ainda acha que o bolsolalismo poderia continuar ignorado?

As mentiras continuaram correndo soltas e nem dá para dizer que isso ocorre pelas sombras, pois tudo correu solto nas redes sociais. A única diferença que vivenciamos hoje, frente ao passado, é que o não está no poder executivo. Mas está em todos os outros.

A pergunta é: até quando deixar avançar? Pois o mecanismo é o mesmo já denunciado por tanta gente, como , , e tantos outros: o fascista se apóia na possibilidade democrática de posicionar-se, sendo que ele se posiciona contra o direito de outros se posicionarem.

Pelo fascista, o outro perderia seu lugar, voz, posição, até a presença se possível. Mas enquanto isso não é possível, o fascista avança pelos meios democráticos, e quando pode, não perde a oportunidade de falar.

A linguagem é a primeira coisa a ser minada: o direito do fascista falar o que quer constrange os outros de o repreenderem. Aqui, nos sentimos constrangidos em corrigir a informação falsa; ali, ficamos inibidos em dizer que não é bem assim. O diálogo silencia. O efeito, para o fascista, é ele achar que o silêncio do interlocutor significa que ele próprio, o fascista, detêm a razão.

E então o fascista avança: seu tema imaginário, não repreendido pelo outro pelo teste do Real, passa a ser encarado como detendo certa verossimilhança. E então, logo à frente, o que era verossímil, aproximativo, presumível sob condições duvidosas, torna-se certa verdade e finalmente "verdadeiro".

E de repente o mundo real começa a ser recoberto pelo tema espalhado pelo fascista. Sua narrativa passa a perder o caráter de narrativa. E quando se vê, o que era narrativa começa a parecer descrição dos fatos, e aquilo que era de fato descrição efetiva acaba afundado pela narrativa fascista, tornada ela própria "real".

Esse é o momento da "polarização política", aquela em que hoje vivemos. Tudo se passa como se existissem duas narrativas, a de direita e a de esquerda. Elas seriam incomunicáveis entre si. Apenas uma estaria com a razão. E essa binariedade é a primeira grande vitória do fascista, pois se ela existe, foi porque o mundo real, o dos fatos e das inúmeras posições e nuances, foi posto em dúvida pelo fascista, recoberto por uma nova camada, transpassado por duas narrativas das quais apenas uma pode ser verdade.

O passo seguinte é aquele no qual o mundo real pode ser inteiramente mistificado. É o ponto no qual a polarização será suplantada pela narrativa única, a do fascista. Dali por diante, será Nós e os inimigos, "eles" (aquilo que sempre foi avisado no nível da linguagem).

Afinal, quem firmou a voz desde o início, e quem jamais deixou de falar, é o fascista. Não foi ele que se calou. Ele se apoiou no mecanismo da democracia, aquele que permitia múltiplas vozes. Habilmente, foi reduzindo a polifonia a apenas duas posições possíveis, a dele e a de todos os que estão contra ele. E a cartada final é sobressair-se como a única voz "real" e "efetiva".

Pois todos nós, lá no início, ficávamos meio quietos, meio constrangidos, às vezes com certa pena. E quando julgamos necessário agir, ficou tarde demais. Pois as palavras são ações, e as ações ditas prenunciam ações futuras.

Enquanto os fascistas são tratados com o respeito que não utilizam, eles avançam.

Até o ponto de ruptura.

@QOTO the markdown formating is not working. Is there any issue?

O qoto.org é muito bom, permite uma serie de notações acadêmicas e matemáticas e se foca em ser uma instância acadêmica **seriamente**.

Olha as regras aqui: qoto.org/about/more

Falou em , , , a dica é quente: trata-se num demagogo em quem você não deve votar.

Isso sem contar que o slogan "Deus, Pátria, Familia" vem do Integralismo brasileiro e, por meio dele, do nazi-fascismo.

A moderna é representativa, e isso significa que as pessoas votam em partidos políticos que deveriam ter propostas. O culto a pessoas é pré-moderno, diz respeito ao velho soberano, não ao democrata moderno.

Se alguém se apresenta sem partido, só com base na própria pessoa, ou compensa a ausência de propostas com esses chavões que só exprimem preconceitos, você já sabe: **ele não merece seu voto**.

O qoto.org ficou fora do ar varios dias, não consegui acompanhar nada, gente.

Mas amanhã, votem contra todos os fascistas.

> O silêncio é um grande auxílio aos que, como eu, buscam a Verdade. Na atitude silenciosa a alma encontra seu caminho sob uma luz mais clara, e o que é falso e ilusório transforma-se em cristalina claridade. Nossa vida é uma longa e árdua busca da Verdade, e a alma necessita de um repouso interior para elevar-se em total plenitude.

Gandhi, Truth is God, 1959, p. 53

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