Artigo incrível destacando a pesquisa de Ilan Pappé, autor de "A Limpeza Étnica da Palestina"
> "Qual seria, então, a singularidade da obra de Ilan Pappé e por que sua leitura deve ser obrigatória para todos/as que estão conectados/as com a luta do povo palestino e/ou interessados/as em entender os mecanismos de dominação do neocolonialismo materializados nas políticas do Estado de Israel? Pela primeira vez, um pesquisador entra na alma do projeto sionista: vale-se dos arquivos da Haganá, das FDI (Forças de Defesa de Israel), arquivos centrais sionistas, registro das reuniões da Consultoria, diário e os arquivos pessoais de Ben-Gurion"
Excelente artigo que situa a questão palestina a partir de Finkelstein, Pappé e outros.
Ao menos aqui no Mastodon o algoritmo não vai limitar meu post ;)
https://aterraeredonda.com.br/israel-na-palestina-as-veias-abertas-da-limpeza-etnica/
A impressão que fica é a de que Israel é uma espécie de estado que mistura argumentos políticos e religiosos para fazer o que faz. Invoca uma espécie de legitimidade judaica de 2000 anos (desde a expulsão romana) para dizer que o território é seu de direito; e de algum modo que não esclarece, ela acha que, além do território ser seu, não deve haver outros povos ali.
É praticamente uma inversão de valência: se os judeus eram minoria nos últimos séculos na região palestina, façamos com que as coisas sejam divididas entre um estado puramente judeu e outro palestino.
Duas perguntas sobre Israel:
1) se é para haver a criação de 2 estados independentes, o que os israelenses estão fazendo na "zona C" da Cisjordânia? Pois a Cisjordânia parece um queijo suíço, de palestinos cercados por territórios israelenses, ao invés de ser um território palestinos com israelenses.
2) já não havia judeus vivendo aqui, e inclusive convivendo com palestinos? Como foi que esses problemas de sectarismo começaram? Não começaram exatamente no momento em que se pretendeu separar dois estados, ao invés de criar um só??
# A aula e a videoaula
Durante a pandemia eu gravei várias video-aulas para os alunos. Cada aula equivalia a um vídeo.
Os vídeos foram guardados e eu os disponibilizei como material complementar. Acho muito interessante quando os alunos os utilizam como tal: há em primeiro lugar a leitura dos textos, depois a aula, a monitoria, e por fim, também os vídeos.
Vídeo nunca foi método pedagógico, e sim material didático complementar. É para isso que um vídeo serve.
Disso, não é à toa que a educação anda tão fraca. A pandemia acelerou um tema horrível, de fundo mercadológico, que foi revestido como "método pedagógico": o mito de que videoaulas poderiam substituir aulas.
Mas quem experimenta os dois sabe da distância abissal entre um e outro.
Como seres humanos, somos capazes de aprender qualquer coisa de qualquer jeito. Um dos livros mais importantes do século XX, o *Tractatus* de Wittgenstein, foi escrito na lama e nas trincheiras da Primeira Guerra. Einstein compôs várias de suas equações como secretário numa repartição. O homem é assim, capaz de aprender com qualquer coisa.
Mas não é disso que trata a pedagogia. Ela serve para desenvolver métodos e meios ("mídias") para que alguém aprenda. E alguém sempre aprende mais e melhor quanto mais meios obtiver para isso. E o *meio* no qual a maior parte dos demais meios ocorrem é o meio da aula presencial, com o corpo presente, o diálogo, o cuspe e o giz (e o que mais vier).
Inclusive o termo "aula presencial" é errado. Ele faz pensar que existe a "aula presencial" e a "aula não-presencial". Só que o que não é presencial não é aula, e sim mídia, recurso. Assistir um vídeo não equivale a assistir uma aula, mesmo que o vídeo faça parte de uma estratégia pedagógica.
É nesse ponto que reside uma confusão delicada e com terríveis resultados. As pessoas, achando que recursos remotos são aula, estão abandonando as aulas.
Ledo engano.
Tenho dado certa atenção às psicologias do trabalho nos últimos tempos e a impressão é tão ruim que a única figura que consigo lembrar é a de Descartes, que nas Meditações dizia que a situação do conhecimento era tal que seria preciso abandonar tudo o que foi obtido até agora e recomeçar do zero para se começar a entender alguma coisa.
A situação é tal que simplesmente não consigo encontrar sequer um texto - não importando se o autor é famoso ou não - que me situe, por exemplo, de onde vem a noção de "organização", ou de "psicologia organizacional".
Pelo contrário, o que há é um festival de gente "definindo" organização como se fosse algo totalmente destituído de história.
E, sob meu olhar essencialmente ingênuo, consigo perceber, por exemplo, que "gerência científica" (Taylor) não é "organização", ou que "psicologia industrial" se refere à indústria e não a organizações. Mas, de repente, termos como "organização" e "psicologia organizacional" foram generalizados, não sendo apenas fruto de um olhar para a indústria, mas para qualquer, enfim, "organização".
Se a adoção de um termo e sua generalização são operações históricas, é de cair o queixo quando se vê uma área inteira que não consegue definir de onde vieram seus termos.
É por isso que as teorias organizacionais são uma salada indigesta. Elas inclusivem gostam de criticar o fato de que Taylor chamava de "administração científica" uma prática que de científica não tinha nada. Só que, não importa a metáfora (cérebro, máquina, organismo etc.), e não importa o empréstimo de teoria (psicológica, sociológica, da engenharia [?] etc.), as teorias gerenciais do século XXI continuam não sendo "científicas", e não passam de qualificações situadas por alguns teóricos, mas que são generalizadas em escala humana.
Lembro de Lacan, em Função e Campo da Fala, dizendo que Freud, ao contrário dos freudianos, não ousava avançar demasiadamente dos âmbitos centrais da psicanálise por cuidado de não perder as principais descobertas dela - em torno do inconsciente - sob o risco de manobras teóricas precipitadas. E eis que encontro Dejours abusando de termos psicanalíticos, temperados com outros termos fenomenológicos, para tirar conclusões inteiras da cartola.
E o mesmo se dá quando se usa noções como a de "comportamento organizacional". Ora, tudo é comportamento, mas o que autorizaria então a criação de uma sub-ciência comportamental? Certamente não é uma extensão das pesquisas behavioristas, e sim uma extensão de certa prática alheia ao behaviorismo que, de repente, passou a requerir behavioristas.
Os físicos que trabalham com mecânica quântica, ao menos, costumam rir dos empréstimos de seus conceitos.
Mas e os psicólogos? Eles deveriam estar no mínimo desconfiados de ver tantas teorias serem empregadas sob critérios tão duvidosos. Pois um recrutador pode ser behaviorista ou psicanalista, não importando se Freud e Skinner, ou Lacan e Skinner, são como água e azeite, embora o meio no qual os recrutadores estão - a seleção - pareceria ser homogêneo.
Mas enfim: viva Descartes.
Javier #Milei é o Paulo Guedes que não teve evergonha de virar candidato.
Todo o resto é igual: destruir tudo e sugar a máquina estatal para ganhos privados dos especuladores aliados.
Saúde do trabalhador na sociedade brasileira contemporânea
Organizer: Minayo, Carlos; Machado, Jorge Mesquita Huet; Pena, Paulo Gilvane Lopes
DOI: https://doi.org/10.7476/9788575413654
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Synopsis
Apresenta o estado da arte em saúde do trabalhador ao debater questões como a incorporação tecnológica e a globalização dos mercados, assim como a persistência de formas arcaicas de produção, a precarização do trabalho e a exclusão social. O foco é a saúde integral do trabalhador: os autores procuram interpretar a origem das situações seja do ponto de vista tecnológico, econômico, social ou político. Eles estudam todo o processo de trabalho, que engloba, sobretudo, as relações sociais. Entre as principais contribuições da coletânea destacam-se a incorporação do setor de serviços ao debate em saúde do trabalhador e a reflexão sobre questões de saúde mental, abordando as subjetividades, o sofrimento e o estresse dos trabalhadores. A obra também traz análises sobre políticas públicas e vigilância em saúde do trabalhador. Ao fazer um diagnóstico da área, o livro identifica avanços e lacunas e, assim, sinaliza propostas de ação.
Introdução à noção de trabalho imaterial em #psicologia
Mansano, Sonia Regina Vargas. (2009). Transformações da subjetividade no exercício do trabalho imaterial. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 9(2) http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812009000200016
Toda a cobertura da imprensa consiste em dizer que a Palestina não é um estado independente e ao mesmo tempo é uma espécie de corpo estranho a Israel.
E aí trata como "guerra" qualquer agressão de palestinos contra Israel.
Mas e então, o que é a Palestina? Nenhum veículo dedica tempo para o responder.
É mais surreal do que os aliens do History Channel
Dois livros sobre a questão palestina que deveriam ser (re)visitados: Israel's Occupation, de Neve Gordon, e A Limpeza Étnica da Palestina (The Ethnic Cleansing of Palestine), de Ilan Pappé
https://catatau.wordpress.com/2008/10/21/a-ocupacao-de-israel-israels-occupation-de-neve-gordon/
https://catatau.wordpress.com/2007/04/17/a-limpeza-etnica-da-palestina/
**Adam Smith** defendendo a intervenção do Estado contra a alienação do trabalho:
> No progresso realizado pela divisão do trabalho, a ocupação da maior parte daqueles que vivem do trabalho, isto é, da massa do povo, restringe-se a um número muito pequeno de operações simples, muito frequentemente a uma ou duas. Ora, a inteligência da maioria dos homens se forma necessariamente por suas ocupações corriqueiras. Um homem que passa a vida inteira executando um pequeno número de operações simples não tem a possibilidade de desenvolver sua inteligência nem de exercer sua imaginação procurando maneiras de diminuir suas dificuldades, pois estas nunca ocorrem; ele perde, assim, naturalmente o hábito de desenvolver ou exercer essas faculdades, chegando, em geral, ao extremo da estupidez e da ignorância possíveis a um ser humano (...). Ora, esse estado é aquele no qual o operário pobre, ou seja, a massa do povo deve chegar necessariamente em qualquer sociedade civilizada e avançada em indústrias, a menos que o governo tome precauções para prevenir esse mal. (Coleção os Economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 406)
Interesses: História da #Filosofia, História das #CiênciasHumanas, História da #Psicologia, Michel #Foucault. Também por #arte, #natureza e #fotografia.
Posto: o que vejo diante dos olhos, nessa curta vida. Compartilho links e coisas que me interessam, interajo, guardo informações, cito trechos, conjecturo, separo coisas para ler...
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